domingo, 21 de junho de 2020

A chave de Blackthorn: uma obra




Christopher Rowe é um rapaz de 15 anos que vive em Londres durante o século XVII. Abandonado quando nasceu, foi recebido por um orfanato, onde teve uma infância bastante negra, até ter entrado numa famosa guilda de alquimistas. Passou a viver com o mestre Benedith Blackthorn, um afamado alquimista que conseguia curar todos os males, o qual Christopher idolatra. Este vive uma vida pacífica até que surge uma seita chamada «Culto do Arcanjo», a qual assassinara inúmeros alquimistas. Muito repentinamente, Christopher, com a ajuda do seu melhor amigo Tom e aliados, terá de resolver enigmas e descobrir quem são os autores dos assassinatos para salvar Inglaterra e o mundo, num mundo cheio de inimigos, consumido pela inveja e cobiça. 

Acho que a história é bastante intrigante e rocambolesca. O realismo e plausabilidade da história são um ponto forte neste texto, refletindo bastante bem o que era a realidade naquele tempo, por exemplo os costumes, as celebrações, a"depressão", os abusos a que as crianças em orfanatos eram sujeitas e a excessiva violência que era exercida sobre elas...

Outro grande ponto é a dimensão da história, indo além de uma mera narrativa, para conter elementos reais como, por exemplo, os símbolos usados nos enigmas, ou até mesmo as receitas e remédios. O clima de suspense e mistério presentes durante todaa ação, porém, com alguns momentos emocionantes à mistura, mantém o enredo vivo e dinâmico. 

Gosto da forma como as personagens estão planeadas, por exemplo, o rei "louco" debilitado, o Mestre Oswyn, entre outros, mas em particular o protagonista Christopher, que, no início, é ainda muito inocente, imaturo e "fraco", mas que, ao longo do enredo, vai mudando drasticamente, tornando-se numa personagem bastante forte e destemida. E há ainda Benedict, uma personagem bastante misteriosa e interessante, mas que tem uma faceta sensível e uma ligação forte de "pai e filho" com Christopher.

O final é satisfatório, mas não sinto que necessite de uma continuação, apesar de um dos protagonistas ter escapado. Outro ponto negativo na história foi, de certo mdo, a "irrelevância" de algumas das personagens neste volume, como Sally.

Eu gostei da história e recomendo definitivamente o livro, acho que demonstra o talento que Kevin Sands tem como autor. 

Ficha técnica: 
A chave de Blackthorn, de Kevin Sands, D. Quixote. 328 pág., 2016

Classificação: 4/5 💛💛💛💛

Alexandre Rezende, nº1, 10ºA


A obesidade na infância






    A apreciação crítica que vou realizar é sobre o livro O Cavaleiro Lua Cheia, de Susanna Tamaro.

    O livro relata a história de um rapaz de 8 anos que era obeso e só tinha um amigo chamado Frig (o frigorífico da sua casa).

    O rapaz chamava-se Miguel e morava apenas com a sua mãe, Angélica, pois ela e o pai de Miguel, Artur, tinham-se separado quando ele tinha 3 anos. Os seus pais a sua mãe só queriam que ele emagrecesse. A mãe trabalhava numa empresa de fatos de banho e o pai trabalhava num stand. Ambos eram magros e queriam que Miguel também fosse como eles.

    O livro é uma história de ficção ,mas hoje em dia isso acontece mesmo.

    No decurso da história, Miguel é levado para Instituto Estica-larica, um instituto para as crianças que são obesas emagrecerem.

    Miguel não queria ir porque gostava muito dos pais e nos primeiros dias ele não gostou, porque eles comiam comida de mentira para emagrecer rapidamente.Passados uns dias, o Miguel começou a perceber e a preparar a sua fuga. Miguel emagrece e,durante uma corrida na floresta, ele foge sem ninguém saber e passa algum tempo na floresta. A única coisa que ele tinha era um bolo, que ele comeu logo.

    Enquanto Miguel está na floresta, conhece o furão, o seu novo amigo.O furão leva o Miguel até o Mr. Kakolen ,um inventor que trabalha em segredo na floresta.

    Mais para o no final do livro, o Miguel transforma-se em cavaleiro.Durante uma parte da ação, Miguel torna-se um cão até que, quando está a cair, volta a ser humano.

     Miguel acaba por emagrecer e volta para casa da mãe . 

   A autora conta muito bem a história sobre o Miguel e a forma como ela conta chama a atenção para se ler a obra.

    Concluindo,o livro é muito interessante de ler.Eu acho que a partir do momento em que Miguel ficou com medo de voltar para o Instituto Estica-Larica nunca mais voltou a comer tanto.

    Este livro é como que uma lição para o leitor.


Ficha técnica:

O cavaleiro Lua cheia, de Susanna Tamaro, Editorial Presença, 180 pág., 1999


Classificação: 5/5 💛💛💛💛💛


SHINIC, 10º ano


Greta Thunberg




O livro  A nossa casa está a arder tem como principal personagem Greta Thunberg, uma ativista sueca de apenas dezassete anos, que pretende fazer a diferença ao nível das alterações climáticas e da poluição ambiental. Foi escrito pela própria Greta e pelos seus familiares. 

Na primeira parte da narrativa, são dadas a conhecer ao leitor as razões que levaram Greta a ser ativista pelo clima, bem como o facto de, aos nove anos, ter sido diagnosticada com síndrome de Asperger (transtorno obsessivo compulsivo) e mutismo seletivo. Logo nesta primeira parte, o leitor sente-se cativado a continuar a sua leitura para descobrir mais sobre Greta e saber como, mesmo tendo estes distúrbios,  conseguiu tornar-se ativista.

Ao longo desta primeira parte, é evidente uma repetição dos mesmos exemplos e das mesmas analogias, sendo estas algo que não é agradável para o leitor e que não era esperado da linha editorial da Presença.

Continuando a leitura, já na segunda parte, o tema deixa de ser maioritariamente Greta e passa a ser uma narrativa de Malena Ernman, sua mãe. Inicialmente, esta segunda parte torna-se desinteressante, pois fala principalmente da carreira profissional de Malena e do conciliar da sua carreira com o estado de saúde de Greta.

Após Malena falar da sua carreira e do sucesso que já alcançou como cantora lírica, são mencionados os distúrbios que tanto Greta como sua irmã Beata sofriam, as suas dificuldades na escola e a falta de ajuda por parte da mesma. Malena fala do quão difícil foi para ela e para o seu marido Svante lidarem e educarem da melhor forma duas filhas com estes distúrbios.

Ao longo de toda a narrativa, há várias citações e analogias de Greta que mostram  ser esta bastante radical, tendo um ponto de vista do género  “ou fazemos ou não fazemos” e dizendo ainda que, para ela, no que toca às alterações climáticas, é “ou preto ou branco”, defendendo este ponto de vista afincadamente.

Com este livro, Greta tem como objetivo dar a entender ao leitor que as nossas ações têm de mudar urgentemente, antes que seja irreversível. Para mostrar esta ideia, Greta refere exaustivamente que “temos de limitar o aquecimento a 1,5⁰C acima dos limites pré-industriais”, sendo repetidas de tal forma expressões como esta, que parece que Greta está a forçar o leitor a mudar os seus hábitos de vida e a diminuir o seu impacto ambiental.

Este é um livro cativante, destinado sobretudo a pessoas que tenham interesse em saber mais sobre Greta Thunberg ou sobre a nossa situação ambiental. 

Ficha técnica:

A nossa casa está a arder: a nossa luta contra as alterações climáticas, de Greta Thunberg, Svante Thunberg, Beata Ernman e Malena Ernman, Editorial Presença, 288 pág., 2019

Classificação: 3/5 💛💛💛

Gonçalo Pereira, 10ºA

Um livro que nos faz viajar


Será possível que exista um novo mundo debaixo de nós? Existirá uma maneira de chegar ao centro da terra? Como se sabe, o raio da terra é de 6 371 km e por cada km de profundidade sobe 25 graus C, logo supostamente seria impossível.  Durante décadas cientistas e até outras pessoas totalmente desconectadas do mundo da ciência fizeram essas perguntas e, a resposta a todas elas poderá estar no livro de Júlio Verne denominado de Viagem ao centro da terra

Este livro fala de um jovem chamado de Axel que é sobrinho de um homem honrado, valente, inteligente e, segundo Axel, um homem muito impaciente, chamado Professor Otto Lidenbrock. Axel vive com o seu tio, que o acolheu após os seus pais morrerem e deixarem Axel órfão, com a afilhada do professor e sua amante, chamada Grauben, e com a empregada da casa chamada Marthe.

Um dia, no seu escritório, o professor Lidenbrock descobre um pergaminho velho que os lança numa aventura até à Islândia, onde estes encontram, em conjunto com o seu guia Hans, um segredo há muito guardado pelo alquimista Islandês Arne Saknussemm, o caminho para o centro da terra!

Este livro é um livro de descoberta, desespero e emoção que, mesmo sendo muito técnico, é muito interessante e que, atrevo-me a dizer, estimula o nosso cérebro de uma maneira impressionante, levando-nos mesmo a acreditar que existe uma possibilidade de se poder ir ao centro da terra, deixando assim o leitor entusiasmado e sentindo-se uma criança outra vez ( a não ser que este já o seja, nesse caso o livro não pode fazer nada) .Recomendo-o a todos, pois este livro tem características que podem entusiasmar uma criança e um adulto, sendo tanto técnico como fantasioso e emocionante. 


Ficha técnica:

Viagem ao centro da terra, de Júlio Verne, Relógio d' Água, 304 pág., 2016


Classificação: 5/5 💛💛💛💛💛


Martim Matos, 10ºA


Uma amarga e doce história




O livro Capitães da Areia é um romance que foi escrito pelo autor brasileiro Jorge Amado em 1937, numa década em que a literatura começa a criticar de uma forma mais ativa e pessimista a sociedade, e é isso que podemos verificar neste livro. No ano em que foi escrita, esta obra foi perseguida pelo governo e considerada “nociva para a sociedade”, mas agora, mais de 80 anos depois, já foi adaptada ao teatro e ao cinema e é considerada uma das mais famosas deste escritor.

Capitães da Areia relata a vida de um grupo de rapazes entre os 9 e os 16 anos, chamados de Capitães da Areia, que cresceram nas ruas de Bahia,ou seja, a cidade de São Salvador da Bahia, no Brasil. Estes rapazes abandonados dormiam escondidos num armazém numa praia abandonada da Bahia, roubavam para sobreviver e eram a família uns dos outros.

O livro está dividido em três partes e, sem dúvida que a minha preferida é a segunda, talvez porque apenas nesta pequena parte da história tudo muda, conseguimos observar uma nova faceta da personagem principal, Pedro Bala, que é o chefe dos Capitães da Areia, e também conseguimos ver que, apesar de aquelas crianças já terem que agir como homens para sobreviver, não deixam de precisar do que qualquer criança precisa.

Esta obra mostra-nos a dura realidade da época. Estes rapazes órfãos nasceram numa cidade dividida entre ricos e pobres, onde era inútil procurar justiça na polícia que os perseguia e torturava e a única coisa que conheciam era a pobreza. Estas crianças iam buscar alegria nos pequenos momentos insignificantes para muitos e lutavam pela sua liberdade.

É uma história que nos faz torcer por estes rapazes, apesar de serem criminosos, que nos faz logo, a partir das primeiras páginas, criar empatia por eles. É uma história que nos prende porque queremos saber o que lhes vai acontecer. E todas as aventuras e peripécias dão origem a um final perfeito.

Ficha técnica:

Capitães da areia, de Jorge Amado, Dom Quixote, 272 pág., 2012


Maria Moreira, Nº17, 10ºA


O ódio que semeias: uma ficção sobre a realidade racista

O ódio que semeias é uma ficção juvenil que relata alguns temas inerentes à sociedade atual: desde o racismo, passando pelo crescimento juvenil até à desigualdade económica, a autora Angie Thomas escreve um livro brilhante que ficará para a história.

Esta narrativa contemporânea é contada por Starr Carter, uma adolescente que se move entre dois mundos: um bairro periférico e problemático, habitado por negros como ela, e a escola que frequenta numa elegante zona residencial de brancos. O frágil equilíbrio entre estas duas realidades é quebrado quando Starr se torna a única testemunha do disparo fatal de um polícia branco contra Khalil, o seu melhor amigo.

Esta obra literária é, no mínimo, dinâmica e engenhosa, pois nela a autora consegue conjugar os episódios emocionantes da vida da adolescente (os namoros, as festas e os conflitos amistosos) com momentos de grande tensão (como a manifestação onde Starr fala em justiça do seu falecido amigo ou como quando o próprio foi morto).

No entanto, é crucial salientar o tema geral e de grande importância para o qual O ódio que semeias converge: o racismo. A luta permanente de Starr demonstra o quão difícil é neste mundo trazer justiça a uma pessoa negra. Porém, esta personagem e a sua mensagem são incríveis porque ensinam-nos a nunca desistir ("Qual é o sentido de ter uma voz se vais ficar calada nestes momentos em que não deves estar?").

Refira-se ainda que, à parte o  enredo, Angie Thomas escreve com frases curtas e bem pontuadas e a linguagem empregue é rica,  mas ao mesmo tempo acessível. Em suma, é um livro muito bem escrito e traduzido. Por outro lado, a nível ficcional, a autora desenvolve o enredo  de forma detalhada e sem nunca esquecer nenhuma das personagens. Curiosamente, Angie confessou que alguns aspetos da vida quotidiana de Starr (como a música ouvida por esta e os ténis utilizados) foram inspirados na sua própria mocidade.

O ódio que semeias já ganhou vários prémios (incluindo o Goodreads Choice Award de Melhor Ficção Young Adult) os quais foram merecidos, e, pelo seu sucesso, já foi adaptado para um filme com o mesmo título. Não só por ser tão elucidativo no que toca à opressão enfrentada pelas pessoas negras atualmente, mas também por estar tão bem escrito, na minha opinião, todos devem lê-lo. Certamente, este exemplar da literatura merece uma classificação de 5 estrelas.

Ficha técnica: 

O ódio que semeias, de Angie Thomas, tradução de Rita Figueiredo, Editorial Presença, 352 pág., 2017

Classificação: 5/5 💛💛💛💛💛


Margarida Teles, 10ºA



Pânico: a explosão de uma carreira


   Pânico é um livro do autor americano Jeff Abbott, publicado em 2005.

   O livro fala sobre a história de um famoso realizador de documentários de 24 anos, Evan Casher,que, após ter ido visitar a sua mãe e tê-la visto ser brutalmente assassinada,  é vítima de uma tentativa de homicídio do assassino de sua mãe.

   Durante a leitura deste livro,  é experimentada uma série de emoções em relação a todas as personagens dada a complexidade e o desenvolvimento da história e das mesmas. Adorei especialmente o modo como a relação de Evan e Carrie (namorada de Evan) se desenvolveu, mesmo após as advertências dadas pelas diferenças dos seus “mundos” e as ordens dadas pelo seu chefe Jargo,um espião que trabalhava por conta própria e que tinha negócios com os agentes corruptos da CIA.

    Outra coisa que me interessou bastante foi a revelação do verdadeiro modo de vida de ambos os seus pais, levando ao espanto e ao estilhaço da “bolha”(modo de vida) onde Evan vivia e, não só mas também,o desenvolvimento da personagem Gabriel, um agente reformado da CIA, que salva Evan do homicida que havia matado a sua mãe, pois no início do livro era representado como alguém sem coração que só se importava com o seu trabalho de obter ficheiros de agentes corruptos da CIA, porém, após as suas razões, história e modo de vida serem reveladas a opinião relativamente à personagem também muda.

Outra personagem que deixa uma impressão forte é Dezz, filho de Jargo e seu braço direito, que, além de ter uma personalidade horrível, era louco a ponto de matar alguém porque lhe apetecia.Apesar de Evan ser a personagem principal desta história de segredos e traições, eu achei um bocado irritante a maneira como pensa,desde os pensamentos cheios de falta de confiança às repetidas insinuações sobre o cenário onde se encontrava.

   Apesar de Pânico ser um livro incrível e absorvente,  tem falhas como qualquer outro e uma delas, em que eu reparei, é a forma de como Evan, no espaço de duas semanas, passa de um "zé-ninguém" que nunca tinha lutado a alguém capaz de derrubar um agente da CIA armado quando tudo o que tinha era um candeeiro.

   Com isto dito, apesar dessa falha, Pânico é um livro que recomendo e que acho que seria capaz de animar qualquer um durante esta quarentena.


Ficha técnica:

Pânico, de Jeff Abbott, Civilização Ed., 468 pág., 2007


Classificação: 4/5 💛💛💛💛


João Lopes nº14, 10ºA