Esta narrativa contemporânea é contada por Starr Carter, uma
adolescente que se move entre dois mundos: um bairro periférico e problemático,
habitado por negros como ela, e a escola que frequenta numa elegante zona
residencial de brancos. O frágil equilíbrio entre estas duas realidades é quebrado
quando Starr se torna a única testemunha do disparo fatal de um polícia branco
contra Khalil, o seu melhor amigo.
Esta obra literária é, no mínimo, dinâmica e engenhosa, pois
nela a autora consegue conjugar os episódios emocionantes da vida da
adolescente (os namoros, as festas e os conflitos amistosos) com momentos de
grande tensão (como a manifestação onde Starr fala em justiça do seu falecido
amigo ou como quando o próprio foi morto).
No entanto, é crucial salientar o tema geral e de grande
importância para o qual O ódio que semeias converge: o racismo. A luta permanente de
Starr demonstra o quão difícil é neste mundo trazer justiça a uma pessoa
Refira-se ainda que, à parte o
enredo, Angie Thomas escreve com frases curtas e bem pontuadas e a linguagem empregue
é
O ódio que semeias já ganhou vários prémios (incluindo o Goodreads Choice Award de Melhor Ficção Young Adult) os quais foram merecidos, e, pelo seu sucesso, já foi adaptado para um filme com o mesmo título. Não só por ser tão elucidativo no que toca à opressão enfrentada pelas pessoas negras atualmente, mas também por estar tão bem escrito, na minha opinião, todos devem lê-lo. Certamente, este exemplar da literatura merece uma classificação de 5 estrelas.
Ficha técnica:
O ódio que semeias, de Angie Thomas, tradução de Rita Figueiredo, Editorial Presença, 352 pág., 2017
Classificação: 5/5 💛💛💛💛💛
Margarida Teles, 10ºA
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