domingo, 21 de junho de 2020

A chave de Blackthorn: uma obra




Christopher Rowe é um rapaz de 15 anos que vive em Londres durante o século XVII. Abandonado quando nasceu, foi recebido por um orfanato, onde teve uma infância bastante negra, até ter entrado numa famosa guilda de alquimistas. Passou a viver com o mestre Benedith Blackthorn, um afamado alquimista que conseguia curar todos os males, o qual Christopher idolatra. Este vive uma vida pacífica até que surge uma seita chamada «Culto do Arcanjo», a qual assassinara inúmeros alquimistas. Muito repentinamente, Christopher, com a ajuda do seu melhor amigo Tom e aliados, terá de resolver enigmas e descobrir quem são os autores dos assassinatos para salvar Inglaterra e o mundo, num mundo cheio de inimigos, consumido pela inveja e cobiça. 

Acho que a história é bastante intrigante e rocambolesca. O realismo e plausabilidade da história são um ponto forte neste texto, refletindo bastante bem o que era a realidade naquele tempo, por exemplo os costumes, as celebrações, a"depressão", os abusos a que as crianças em orfanatos eram sujeitas e a excessiva violência que era exercida sobre elas...

Outro grande ponto é a dimensão da história, indo além de uma mera narrativa, para conter elementos reais como, por exemplo, os símbolos usados nos enigmas, ou até mesmo as receitas e remédios. O clima de suspense e mistério presentes durante todaa ação, porém, com alguns momentos emocionantes à mistura, mantém o enredo vivo e dinâmico. 

Gosto da forma como as personagens estão planeadas, por exemplo, o rei "louco" debilitado, o Mestre Oswyn, entre outros, mas em particular o protagonista Christopher, que, no início, é ainda muito inocente, imaturo e "fraco", mas que, ao longo do enredo, vai mudando drasticamente, tornando-se numa personagem bastante forte e destemida. E há ainda Benedict, uma personagem bastante misteriosa e interessante, mas que tem uma faceta sensível e uma ligação forte de "pai e filho" com Christopher.

O final é satisfatório, mas não sinto que necessite de uma continuação, apesar de um dos protagonistas ter escapado. Outro ponto negativo na história foi, de certo mdo, a "irrelevância" de algumas das personagens neste volume, como Sally.

Eu gostei da história e recomendo definitivamente o livro, acho que demonstra o talento que Kevin Sands tem como autor. 

Ficha técnica: 
A chave de Blackthorn, de Kevin Sands, D. Quixote. 328 pág., 2016

Classificação: 4/5 💛💛💛💛

Alexandre Rezende, nº1, 10ºA


A obesidade na infância






    A apreciação crítica que vou realizar é sobre o livro O Cavaleiro Lua Cheia, de Susanna Tamaro.

    O livro relata a história de um rapaz de 8 anos que era obeso e só tinha um amigo chamado Frig (o frigorífico da sua casa).

    O rapaz chamava-se Miguel e morava apenas com a sua mãe, Angélica, pois ela e o pai de Miguel, Artur, tinham-se separado quando ele tinha 3 anos. Os seus pais a sua mãe só queriam que ele emagrecesse. A mãe trabalhava numa empresa de fatos de banho e o pai trabalhava num stand. Ambos eram magros e queriam que Miguel também fosse como eles.

    O livro é uma história de ficção ,mas hoje em dia isso acontece mesmo.

    No decurso da história, Miguel é levado para Instituto Estica-larica, um instituto para as crianças que são obesas emagrecerem.

    Miguel não queria ir porque gostava muito dos pais e nos primeiros dias ele não gostou, porque eles comiam comida de mentira para emagrecer rapidamente.Passados uns dias, o Miguel começou a perceber e a preparar a sua fuga. Miguel emagrece e,durante uma corrida na floresta, ele foge sem ninguém saber e passa algum tempo na floresta. A única coisa que ele tinha era um bolo, que ele comeu logo.

    Enquanto Miguel está na floresta, conhece o furão, o seu novo amigo.O furão leva o Miguel até o Mr. Kakolen ,um inventor que trabalha em segredo na floresta.

    Mais para o no final do livro, o Miguel transforma-se em cavaleiro.Durante uma parte da ação, Miguel torna-se um cão até que, quando está a cair, volta a ser humano.

     Miguel acaba por emagrecer e volta para casa da mãe . 

   A autora conta muito bem a história sobre o Miguel e a forma como ela conta chama a atenção para se ler a obra.

    Concluindo,o livro é muito interessante de ler.Eu acho que a partir do momento em que Miguel ficou com medo de voltar para o Instituto Estica-Larica nunca mais voltou a comer tanto.

    Este livro é como que uma lição para o leitor.


Ficha técnica:

O cavaleiro Lua cheia, de Susanna Tamaro, Editorial Presença, 180 pág., 1999


Classificação: 5/5 💛💛💛💛💛


SHINIC, 10º ano


Greta Thunberg




O livro  A nossa casa está a arder tem como principal personagem Greta Thunberg, uma ativista sueca de apenas dezassete anos, que pretende fazer a diferença ao nível das alterações climáticas e da poluição ambiental. Foi escrito pela própria Greta e pelos seus familiares. 

Na primeira parte da narrativa, são dadas a conhecer ao leitor as razões que levaram Greta a ser ativista pelo clima, bem como o facto de, aos nove anos, ter sido diagnosticada com síndrome de Asperger (transtorno obsessivo compulsivo) e mutismo seletivo. Logo nesta primeira parte, o leitor sente-se cativado a continuar a sua leitura para descobrir mais sobre Greta e saber como, mesmo tendo estes distúrbios,  conseguiu tornar-se ativista.

Ao longo desta primeira parte, é evidente uma repetição dos mesmos exemplos e das mesmas analogias, sendo estas algo que não é agradável para o leitor e que não era esperado da linha editorial da Presença.

Continuando a leitura, já na segunda parte, o tema deixa de ser maioritariamente Greta e passa a ser uma narrativa de Malena Ernman, sua mãe. Inicialmente, esta segunda parte torna-se desinteressante, pois fala principalmente da carreira profissional de Malena e do conciliar da sua carreira com o estado de saúde de Greta.

Após Malena falar da sua carreira e do sucesso que já alcançou como cantora lírica, são mencionados os distúrbios que tanto Greta como sua irmã Beata sofriam, as suas dificuldades na escola e a falta de ajuda por parte da mesma. Malena fala do quão difícil foi para ela e para o seu marido Svante lidarem e educarem da melhor forma duas filhas com estes distúrbios.

Ao longo de toda a narrativa, há várias citações e analogias de Greta que mostram  ser esta bastante radical, tendo um ponto de vista do género  “ou fazemos ou não fazemos” e dizendo ainda que, para ela, no que toca às alterações climáticas, é “ou preto ou branco”, defendendo este ponto de vista afincadamente.

Com este livro, Greta tem como objetivo dar a entender ao leitor que as nossas ações têm de mudar urgentemente, antes que seja irreversível. Para mostrar esta ideia, Greta refere exaustivamente que “temos de limitar o aquecimento a 1,5⁰C acima dos limites pré-industriais”, sendo repetidas de tal forma expressões como esta, que parece que Greta está a forçar o leitor a mudar os seus hábitos de vida e a diminuir o seu impacto ambiental.

Este é um livro cativante, destinado sobretudo a pessoas que tenham interesse em saber mais sobre Greta Thunberg ou sobre a nossa situação ambiental. 

Ficha técnica:

A nossa casa está a arder: a nossa luta contra as alterações climáticas, de Greta Thunberg, Svante Thunberg, Beata Ernman e Malena Ernman, Editorial Presença, 288 pág., 2019

Classificação: 3/5 💛💛💛

Gonçalo Pereira, 10ºA

Um livro que nos faz viajar


Será possível que exista um novo mundo debaixo de nós? Existirá uma maneira de chegar ao centro da terra? Como se sabe, o raio da terra é de 6 371 km e por cada km de profundidade sobe 25 graus C, logo supostamente seria impossível.  Durante décadas cientistas e até outras pessoas totalmente desconectadas do mundo da ciência fizeram essas perguntas e, a resposta a todas elas poderá estar no livro de Júlio Verne denominado de Viagem ao centro da terra

Este livro fala de um jovem chamado de Axel que é sobrinho de um homem honrado, valente, inteligente e, segundo Axel, um homem muito impaciente, chamado Professor Otto Lidenbrock. Axel vive com o seu tio, que o acolheu após os seus pais morrerem e deixarem Axel órfão, com a afilhada do professor e sua amante, chamada Grauben, e com a empregada da casa chamada Marthe.

Um dia, no seu escritório, o professor Lidenbrock descobre um pergaminho velho que os lança numa aventura até à Islândia, onde estes encontram, em conjunto com o seu guia Hans, um segredo há muito guardado pelo alquimista Islandês Arne Saknussemm, o caminho para o centro da terra!

Este livro é um livro de descoberta, desespero e emoção que, mesmo sendo muito técnico, é muito interessante e que, atrevo-me a dizer, estimula o nosso cérebro de uma maneira impressionante, levando-nos mesmo a acreditar que existe uma possibilidade de se poder ir ao centro da terra, deixando assim o leitor entusiasmado e sentindo-se uma criança outra vez ( a não ser que este já o seja, nesse caso o livro não pode fazer nada) .Recomendo-o a todos, pois este livro tem características que podem entusiasmar uma criança e um adulto, sendo tanto técnico como fantasioso e emocionante. 


Ficha técnica:

Viagem ao centro da terra, de Júlio Verne, Relógio d' Água, 304 pág., 2016


Classificação: 5/5 💛💛💛💛💛


Martim Matos, 10ºA


Uma amarga e doce história




O livro Capitães da Areia é um romance que foi escrito pelo autor brasileiro Jorge Amado em 1937, numa década em que a literatura começa a criticar de uma forma mais ativa e pessimista a sociedade, e é isso que podemos verificar neste livro. No ano em que foi escrita, esta obra foi perseguida pelo governo e considerada “nociva para a sociedade”, mas agora, mais de 80 anos depois, já foi adaptada ao teatro e ao cinema e é considerada uma das mais famosas deste escritor.

Capitães da Areia relata a vida de um grupo de rapazes entre os 9 e os 16 anos, chamados de Capitães da Areia, que cresceram nas ruas de Bahia,ou seja, a cidade de São Salvador da Bahia, no Brasil. Estes rapazes abandonados dormiam escondidos num armazém numa praia abandonada da Bahia, roubavam para sobreviver e eram a família uns dos outros.

O livro está dividido em três partes e, sem dúvida que a minha preferida é a segunda, talvez porque apenas nesta pequena parte da história tudo muda, conseguimos observar uma nova faceta da personagem principal, Pedro Bala, que é o chefe dos Capitães da Areia, e também conseguimos ver que, apesar de aquelas crianças já terem que agir como homens para sobreviver, não deixam de precisar do que qualquer criança precisa.

Esta obra mostra-nos a dura realidade da época. Estes rapazes órfãos nasceram numa cidade dividida entre ricos e pobres, onde era inútil procurar justiça na polícia que os perseguia e torturava e a única coisa que conheciam era a pobreza. Estas crianças iam buscar alegria nos pequenos momentos insignificantes para muitos e lutavam pela sua liberdade.

É uma história que nos faz torcer por estes rapazes, apesar de serem criminosos, que nos faz logo, a partir das primeiras páginas, criar empatia por eles. É uma história que nos prende porque queremos saber o que lhes vai acontecer. E todas as aventuras e peripécias dão origem a um final perfeito.

Ficha técnica:

Capitães da areia, de Jorge Amado, Dom Quixote, 272 pág., 2012


Maria Moreira, Nº17, 10ºA


O ódio que semeias: uma ficção sobre a realidade racista

O ódio que semeias é uma ficção juvenil que relata alguns temas inerentes à sociedade atual: desde o racismo, passando pelo crescimento juvenil até à desigualdade económica, a autora Angie Thomas escreve um livro brilhante que ficará para a história.

Esta narrativa contemporânea é contada por Starr Carter, uma adolescente que se move entre dois mundos: um bairro periférico e problemático, habitado por negros como ela, e a escola que frequenta numa elegante zona residencial de brancos. O frágil equilíbrio entre estas duas realidades é quebrado quando Starr se torna a única testemunha do disparo fatal de um polícia branco contra Khalil, o seu melhor amigo.

Esta obra literária é, no mínimo, dinâmica e engenhosa, pois nela a autora consegue conjugar os episódios emocionantes da vida da adolescente (os namoros, as festas e os conflitos amistosos) com momentos de grande tensão (como a manifestação onde Starr fala em justiça do seu falecido amigo ou como quando o próprio foi morto).

No entanto, é crucial salientar o tema geral e de grande importância para o qual O ódio que semeias converge: o racismo. A luta permanente de Starr demonstra o quão difícil é neste mundo trazer justiça a uma pessoa negra. Porém, esta personagem e a sua mensagem são incríveis porque ensinam-nos a nunca desistir ("Qual é o sentido de ter uma voz se vais ficar calada nestes momentos em que não deves estar?").

Refira-se ainda que, à parte o  enredo, Angie Thomas escreve com frases curtas e bem pontuadas e a linguagem empregue é rica,  mas ao mesmo tempo acessível. Em suma, é um livro muito bem escrito e traduzido. Por outro lado, a nível ficcional, a autora desenvolve o enredo  de forma detalhada e sem nunca esquecer nenhuma das personagens. Curiosamente, Angie confessou que alguns aspetos da vida quotidiana de Starr (como a música ouvida por esta e os ténis utilizados) foram inspirados na sua própria mocidade.

O ódio que semeias já ganhou vários prémios (incluindo o Goodreads Choice Award de Melhor Ficção Young Adult) os quais foram merecidos, e, pelo seu sucesso, já foi adaptado para um filme com o mesmo título. Não só por ser tão elucidativo no que toca à opressão enfrentada pelas pessoas negras atualmente, mas também por estar tão bem escrito, na minha opinião, todos devem lê-lo. Certamente, este exemplar da literatura merece uma classificação de 5 estrelas.

Ficha técnica: 

O ódio que semeias, de Angie Thomas, tradução de Rita Figueiredo, Editorial Presença, 352 pág., 2017

Classificação: 5/5 💛💛💛💛💛


Margarida Teles, 10ºA



Pânico: a explosão de uma carreira


   Pânico é um livro do autor americano Jeff Abbott, publicado em 2005.

   O livro fala sobre a história de um famoso realizador de documentários de 24 anos, Evan Casher,que, após ter ido visitar a sua mãe e tê-la visto ser brutalmente assassinada,  é vítima de uma tentativa de homicídio do assassino de sua mãe.

   Durante a leitura deste livro,  é experimentada uma série de emoções em relação a todas as personagens dada a complexidade e o desenvolvimento da história e das mesmas. Adorei especialmente o modo como a relação de Evan e Carrie (namorada de Evan) se desenvolveu, mesmo após as advertências dadas pelas diferenças dos seus “mundos” e as ordens dadas pelo seu chefe Jargo,um espião que trabalhava por conta própria e que tinha negócios com os agentes corruptos da CIA.

    Outra coisa que me interessou bastante foi a revelação do verdadeiro modo de vida de ambos os seus pais, levando ao espanto e ao estilhaço da “bolha”(modo de vida) onde Evan vivia e, não só mas também,o desenvolvimento da personagem Gabriel, um agente reformado da CIA, que salva Evan do homicida que havia matado a sua mãe, pois no início do livro era representado como alguém sem coração que só se importava com o seu trabalho de obter ficheiros de agentes corruptos da CIA, porém, após as suas razões, história e modo de vida serem reveladas a opinião relativamente à personagem também muda.

Outra personagem que deixa uma impressão forte é Dezz, filho de Jargo e seu braço direito, que, além de ter uma personalidade horrível, era louco a ponto de matar alguém porque lhe apetecia.Apesar de Evan ser a personagem principal desta história de segredos e traições, eu achei um bocado irritante a maneira como pensa,desde os pensamentos cheios de falta de confiança às repetidas insinuações sobre o cenário onde se encontrava.

   Apesar de Pânico ser um livro incrível e absorvente,  tem falhas como qualquer outro e uma delas, em que eu reparei, é a forma de como Evan, no espaço de duas semanas, passa de um "zé-ninguém" que nunca tinha lutado a alguém capaz de derrubar um agente da CIA armado quando tudo o que tinha era um candeeiro.

   Com isto dito, apesar dessa falha, Pânico é um livro que recomendo e que acho que seria capaz de animar qualquer um durante esta quarentena.


Ficha técnica:

Pânico, de Jeff Abbott, Civilização Ed., 468 pág., 2007


Classificação: 4/5 💛💛💛💛


João Lopes nº14, 10ºA 



quarta-feira, 17 de junho de 2020

Aos olhos de Cross

Através dos meus pequenos olhos, um livro de Emilio Ortiz, é uma história que, apesar de ser inventada, é bastante realista e relata o dia-a-dia de um cego através dos olhos do seu cão-guia. 
 Cross era um cão, jovem, que vivia num canil e que veio a ser adotado por Mário, o tal jovem invisual. Os dois passaram a viver juntos numa escola de treino de cães-guia e o livro retrata todo esse percurso de aprendizagem e todas as aventuras que viveram juntos desde o primeiro dia em que ele saiu do canil.
 Cross era um cão muito feliz e a maneira como relata tudo o que vê é bastante extraordinária e inocente, como, por exemplo, quando Cross disse que Júlio, um dos “humanóides”, como ele lhes chama, “Andava sempre com uns óculos de fundo de garrafa- certamente recomendados por algum inimigo (…)” ou quando, durante o pequeno-almoço na escola, com todos à mesa, Cross descrevia o cenário e disse: “Portanto… ali estavam sentados os seis matulões cegos…de fome!”. 
Cross é também um cão muito inteligente e até ler o livro não me tinha apercebido de que eles, cães, poderiam compreender coisas tão mínimas e insignificantes que nós fazemos e nem reparamos. Com isto refiro-me ao simples pormenor do momento em que Mário estava a fazer as malas para deixar a escola, juntamente com Cross e o “som do correr do fecho é lento e soa como uma ladainha”, quando por outro lado, se estivéssemos ansiosos por chegar a um sítio, o som seria rápido e assertivo! E realmente é verdade! 
 Sempre tive uma grande relação com animais, especialmente cães, e este livro fez me pensar que por mais pequenos os gestos que eles tenham para connosco e que, para nós, até possam parecer insignificantes, significam bastante para eles! Como Cross disse: “Tanta coisa que lhe poderia dizer, caso conseguisse falar!”

Ficha técnica:
 Através dos meus pequenos olhos, de Emilio Ortiz, 264 pág., Porto Editora, 2019

Classificação: 5/5 💛💛💛💛💛

Inês Valente, 10ºA

O guia para uma boa vida




Esta é uma crítica à obra Ética para um jovem, que foi publicada em primeira instância em abril de 1991. Atualmente já apresenta a 22.ª edição. O seu autor, Fernando Savater, nascido no norte de Espanha, é o maestro deste livro. Este catedrático é um homem de muitos estudos e conhecimento. Por isso mesmo pode ter sido uma surpresa quando decidiu simplificar as ideias envolventes da ética. O livro é dirigido ao seu filho, numa tentativa de ajudá-lo a viver com qualidade, por isso reconheço uma excelente justificação para a surpresa causada. Fernando Savater pretende apenas cumprir o seu dever parental. Penso que a principal razão para a escrita deste livro é a desmistificação daquilo que o palavrão “ética” parece a qualquer jovem. O conhecimento juvenil sobre os significados desta palavra é nulo, e por isso, o receio e o incómodo de averiguar mais sobre esse assunto fazem com que ele seja ignorado. 

A obra está dividida em nove capítulos, tendo um aviso antipedagógico, um prólogo, um epílogo e um apêndice. De todos os capítulos, os que me chamaram mais à atenção foram o 4 (“Tem uma vida boa”) e o 3 (“Faz o que quiseres”). Através de exemplos explicados por pensadores da Antiguidade e lendas contadas, estes capítulos, mais do que os outros, fizeram-me refletir sobre as minhas ações e os meus objetivos na vida (o que pretendo atingir). Proporcionaram-me a possibilidade de questionar a liberdade,  sobre a qual até aí pensava demasiado trivialmente.

Durante toda a obra existiu um aspeto que me permitiu constantemente identificar com o livro, e que fez com que a sua leitura fosse ainda mais voluntária do que pudesse alguma vez imaginar. O escritor dirige-se ao leitor, percebendo que este é um jovem de quinze ou dezasseis anos. Percebe as suas fragilidades e os seus sentimentos ao longo da leitura,  como se ele próprio fosse um adolescente. Para ilustrar esta dimensão, no final de todos os capítulos, está escrita a frase ”Para ires lendo…”. É de conhecimento geral que os adolescentes têm dificuldade em dedicar muito tempo a uma coisa que fisicamente só exige movimento ocular. O escritor mostra compreender as suas dificuldades. 

No entanto, esta dimensão não cria nenhum limite de idade para a leitura da obra. Pelo contrário, em minha opinião, Ética para um jovem devia ser lido por todas as pessoas. Aumentaria sem dúvida o índice de satisfação das pessoas enquanto sociedade, e consequentemente a sua felicidade pessoal. Apesar desta minha recomendação, os “não adolescentes” poderão não tirar tanto proveito como seria esperado, pois já viveram partes da sua vida em que podiam ter seguido esta filosofia. Os mais novos têm a oportunidade de fazer as coisas de maneira diferente.

Gostaria ainda de apontar duas pequenas críticas: ao tipo de vocabulário usado, pois, apesar de o autor tentar repetidamente simplificá-lo de modo a ser melhor compreendido por jovens, existem palavras cujo significado eu desconheço, e ao desenvolvimento do último capítulo, que eventualmente, pelo tema em causa, me pareceu o menos claro ao nível da compreensão .

Em suma, diria que a leitura deste livro é essencial para o desenvolvimento de qualquer indivíduo. Fez mudar a minha forma de pensar e, a partir de agora, vou agir de maneira diferente devido ao conhecimento que adquiri. 


Ficha técnica:
Ética para um jovem, de Fernando Savater, 158 pág., Dom Quixote, 2005

Classificação: 5/5 💛💛💛💛💛


Francisco Bento, 10ºA


O recruta


O livro O Recruta,  da coleção CHERUB, de autoria de Robert Muchamore  e publicado pela Porto Editora, é um livro de acção, aventura eà mistura com um pouco de romance, que conta a história de um menino de onze anos (faz doze ao longo da história), James Choke, que vivia com a sua mãe, Gwen, e a sua irmã Lauren em Londres. James era um menino muito inteligente, principalmente a matemática, mas aborrecia-se muito facilmente e por isso não mostrava muito interesse pela escola. A sua mãe era muito gorda e à conta disso pessoas da sua escola faziam troça dela. No entanto, James não hesitava e enfrentava essas pessoas e estava sempre metido em sarilhos. Um diaJames, acidentalmente, ao confrontar uma colega de turma que gozara com a sua mãe, rasga-lhe a cara e, assustado, decide fugir da escola. Quando chega a casa, encontra a sua mãe e o seu padrasto Ron embriagados que lhe pedem para ir buscar a sua irmã à escola. Os irmãos chegam a casa e passado algum tempo notam que a sua mãe estava morta. No dia seguinte, James acorda numa casa de acolhimento, a casa Nebraska, onde conhece Kyle o seu colega de quarto e Jennifer, a psiquiatramas nos tempos em que  esteve na casa Nebraska só fazia asneira. Dias depois acorda num edifício luxuoso e é levado ao director que lhe explica que aquele local era uma organização chamada CHERUB onde crianças espiavam  pessoas suspeitas e graças às  qualidades de James pergunta se ele quer fazer parte da organização. James aceita,  mas para poder participar em missões tem de passar cem dias de recruta. Ao passar o treino de recruta com a ajuda da sua colega Kerry, James prepara-se e completa a sua primeira missão.   

   Como qualquer outro livro, O Recruta merece ser analisado, apreciado e criticado apresentando-se  os aspectos bons e maus da obra.

   Normalmente, quando uma pessoa entende a história de um livro, consegue imaginar o que está a ler e às vezes nem sequer nota que está a ler. Isto pois a ação, personagens e os locais onde se passa a história são muito bem caracterizados ao pormenor pelo narrador. Eu, como leitor, asseguro que tudo isto é feito  pelo autor ao longo da história.

  Penso que a  parte do romance não está má. A causa de o romance acontecer está  bem apresentada e faz sentido. Mas eu não consigo imaginar um romance de  miúdos de doze anos. Acho que a idade dos doze é uma idade de alegria e excitação e nós não pensamos nesse tipo de coisa. No entanto, temos de ter em conta que aquelas crianças são maduras para a sua idade e têm um crescimento rápido do ponto de vista psicológico.  Mas  pessoalmente não valorizo muito isso.

  O livro tem um final em aberto. Um final em aberto acontece quando se deixa uma ou mais situações inacabadas. Como exemplos,  James ainda tem doze anos e ainda o esperam  cinco anos de missões pela frente.  O protagonista também afirma que não conhece o pai; será que o vai conhecer no futuro ou saber de alguma coisa dele? Mac, o director da CHERUB, diz a James que ninguém sabe o significado da sigla CHERUB e também lhe diz que ele poderá tentar descobrir no futuro o que significa. As pessoas, se gostarem do livro, provavelmente ficarão curiosas com o que vem a seguir e comprarão o livro seguinte da coleção.

   Eu recomendo este livro a pessoas que tenham noção de como as coisas funcionam na vida, mas não uma completa noção, ou seja, pessoas entre os catorze e dezassete anos, pois acho que pessoas mais velhas poderão aborrecer-se e, como a capa diz, «Robert Muchamore é um escritor infanto-juvenil da actualidade»; mas isso também varia com a personalidade das pessoas. 

 Ficha técnica:

O recruta, de Robert Muchamore, 368 pág., Porto Editora, 2015

Classificação: 4/5 💛💛💛💛

Diogo Fernandes   10ºA   Nº7 


A eutanásia no amor



Nunca fui fã de livros, mas não há nada melhor do que uma boa história, seja ela romântica ou até mesmo de aventura, que me faça prender ao sofá com o livro numa mão e uma chávena de chá na outra. Viver Depois de Ti - escrito pela jornalista/ escritora Jojo Moyes (originalmente conhecido como Me Before You) - teve esse mesmo efeito sobre mim. O que me fascina neste mesmo livro é o tema abordado; um tema muito particular, controverso, que pode causar até alguma polémica e é difícil de ser falado nos dias de hoje - a eutanásia. 
Este conjunto de folhas de papel impressas em maio de dois mil e treze, relata a história de uma jovem, Louisa Clark, com uma vida bastante banal numa pequena aldeia, que, quando fica desempregada, se vê obrigada a aceitar um emprego na mansão de Will Traynor, um jovem magnata com um caráter bastante satírico, que vive preso a uma cadeira de rodas após um acidente trágico o ter deixado paraplégico. Ao longo da obra, o leitor irá testemunhar como a forma ingénua e amável de Louisa ser e o facto de a mesma aceitar tudo e todos e amá-los por eles serem quem são, vai mudar o caráter de Will, levando-o a apaixonar-se por ela, sendo mais tarde retribuído por ela. 
Do meu ponto de vista, a maneira como a autora deste mesmo romance aborda a eutanásia, um tema tão delicado, leva-nos a interiorizar a dor sentida pela personagem ao decidir esse fim para si próprio e pelos seus familiares, ao terem que aceitar essa triste decisão, mesmo que esta seja muito dolorosa e difícil de aceitar, e terem de viver com isso para sempre. Devido a Jojo Moyes intercalar certos momentos de cómico de situação e de personagem, as próprias personagens ganham mais vida e até a própria história, criando-se, assim, uma ligação especial entre o leitor e as personagens do livro. Apreciei bastante este romance sobretudo pela forma como a autora aborda este tema intercalando-o com o amor e a felicidade, pelo carisma transmitido através das falas das personagens e do seu carácter, e, por último, mas não menos importante, pela história em si, mantendo o leitor sempre com interesse em relação ao que acontecerá de seguida. A reter, principalmente, é a lição dada por Will a Louise em que o mesmo lhe diz para viver a vida ao máximo e para Louise seguir os seus sonhos e sair da “pequena aldeia” onde ambos viviam e ser ela própria, pois ele estará ao seu lado a cada passo que ela der. 
Viver Depois de Ti é um livro que, sem dúvida, leva o leitor a refletir sobre o direito à liberdade de escolha e as suas consequências e certamente em relação à eutanásia. Recomendo vivamente este livro àqueles que apreciam histórias românticas intercaladas com algum drama, mas que também relatem problemas da atualidade tais como este, a eutanásia, referido na obra de Jojo Moyes. É, sem dúvida, um daqueles livro que marcará o leitor por um bom período de tempo e que deixará marcas das personagens na vida do mesmo. 

Ficha técnica:
Viver depois de ti, de Jojo Moyes, 424 pág., Porto Editora, 2019

Classificação: 5/5 💛💛💛💛💛


Dara Stoyanova, nº 6, 10ºA

As revolucionárias da ciência



As Cientistas: 52 mulheres intrépidas que mudaram o mundo foi escrito e ilustrado por Rachel Ignotofsky.

Escolhi este livro porque achei o tema bem interessante e fiquei com curiosidade de saber o que estas mulheres foram capazes de fazer, sendo assim posto assim  o lugar das mulheres no seu respetivo lugar.

Este livro tem como objetivo inspirar as meninas e as mulheres a  seguirem os seus objetivos, a não desistirem dos seus sonhos e  a acreditarem  em si mesmas, mesmo havendo pessoas que possam não apoiar a decisão delas ou dizer o contrário. Também fala sobre com era antigamente a desigualdade entre as mulheres e os homens de como era antigamente; infelizmente, hoje em dia não é muito diferente.

Gostei do facto de um só livro ter tanta informação sobre a ciência e de as  mulheres terem provado ao mundo aquilo que são capazes de fazer e também por ter mostrado que as mulheres não são menos que os homens.

Esta obra faz-nos refletir no  quanto as mulheres evoluíram, tendo em conta que antigamente nem podiam estudar,  publicar  os seus conhecimentos ou descobertas.  Antes só tinham de ficar em casa e de se preocupar  em serem boas donas de casa, mães e mulheres; hoje olhamos para trás e podemos observar o como era ridícula esta noção,  mas estas 52 mulheres conseguiram mudar a sociedade porque não pararam de acreditar nos seus objetivos e por terem lutado pelos seus direitos.

Na minha opinião, é um bom livro, tem um tema muito interessante, é de fácil leitura e tem boas ilustrações,  tornando a obra mais divertida. Sinceramente gostei muito, recomendo bastante o livro. Aliás, deve ser lido por muita gente, porque mostra a força feminina e ensina-nos a nunca desistir até conseguirmos o que queremos, tal como elas fizeram, mostrando que podem isso e muito muito mais.

Ficha técnica: 
As cientistas: 52 mulheres intrépidas que mudaram o mundo, texto e ilustrações de Rachel Ignotofsky, 136 pág., Bertrand Editora, 2018

Classificação: 5/5 💛💛💛💛💛

Cristina Quevedo, 10ºA