domingo, 21 de junho de 2020

Uma amarga e doce história




O livro Capitães da Areia é um romance que foi escrito pelo autor brasileiro Jorge Amado em 1937, numa década em que a literatura começa a criticar de uma forma mais ativa e pessimista a sociedade, e é isso que podemos verificar neste livro. No ano em que foi escrita, esta obra foi perseguida pelo governo e considerada “nociva para a sociedade”, mas agora, mais de 80 anos depois, já foi adaptada ao teatro e ao cinema e é considerada uma das mais famosas deste escritor.

Capitães da Areia relata a vida de um grupo de rapazes entre os 9 e os 16 anos, chamados de Capitães da Areia, que cresceram nas ruas de Bahia,ou seja, a cidade de São Salvador da Bahia, no Brasil. Estes rapazes abandonados dormiam escondidos num armazém numa praia abandonada da Bahia, roubavam para sobreviver e eram a família uns dos outros.

O livro está dividido em três partes e, sem dúvida que a minha preferida é a segunda, talvez porque apenas nesta pequena parte da história tudo muda, conseguimos observar uma nova faceta da personagem principal, Pedro Bala, que é o chefe dos Capitães da Areia, e também conseguimos ver que, apesar de aquelas crianças já terem que agir como homens para sobreviver, não deixam de precisar do que qualquer criança precisa.

Esta obra mostra-nos a dura realidade da época. Estes rapazes órfãos nasceram numa cidade dividida entre ricos e pobres, onde era inútil procurar justiça na polícia que os perseguia e torturava e a única coisa que conheciam era a pobreza. Estas crianças iam buscar alegria nos pequenos momentos insignificantes para muitos e lutavam pela sua liberdade.

É uma história que nos faz torcer por estes rapazes, apesar de serem criminosos, que nos faz logo, a partir das primeiras páginas, criar empatia por eles. É uma história que nos prende porque queremos saber o que lhes vai acontecer. E todas as aventuras e peripécias dão origem a um final perfeito.

Ficha técnica:

Capitães da areia, de Jorge Amado, Dom Quixote, 272 pág., 2012


Maria Moreira, Nº17, 10ºA


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